sexta-feira, 18 de abril de 2014

Especial: Capuchinho Vermelho - A Verdadeira História

Olá a todos! No âmbito da semana em que se celebra o Dia Mundial da Voz, o blog Desenhos Animados Esquecidos vem aproveitar a ocasião para, digamos, ser um pouco mais flexível em relação às suas regras. Assim sendo, vai falar não de um programa de televisão, mas de um filme (também ele esquecido, note-se). O filme Capuchinho Vermelho - A Verdadeira História. Este filme de animação tem vários pormenores que o tornam único e que fazem com que mereça ter um lugar especial na memória das pessoas. Infelizmente, não há muita gente que fale deste filme. Aliás, um bom número de pessoas parece nem o distinguir das dezenas de filmes de animação menores que são feitos ano após ano. E é uma pena que assim seja; para início de conversa, este filme é uma das animações mais subvalorizadas que já vi. Tem acção, boas músicas, boas vozes e, acima de tudo, um argumento impressionante que é um dos melhores - talvez o melhor... - que já vi num filme de animação. Este argumento engenhoso que lembra vagamente os de How I Met Your Mother (também impressionantes e engenhosos) poderia até competir com a inteligência do argumento de Toy Story 3.


Poster de Capuchinho Vermelho - A Verdadeira História


Mas, à parte disto, temos aquilo que mais nos interessa neste post: a dobragem. Aquando do marketing razoável que este filme teve antes de estrear em Portugal, os nomes associados à dobragem de Portugal apareciam até no poster do filme. E eram chamativos, sem dúvida! As 5 personagens mais importantes foram dobradas por Inês Castel-Branco, Simone de Oliveira, Luís Esparteiro, João Lagarto e Vítor de Sousa. É, isto chamava a atenção. Mas, curiosamente, o destaque aqui nem são os principais; não desfazendo o grande trabalho que estes actores executaram, o mais interessante foi que este filme representou, para alguns dobradores de televisão, a "promoção" à dobragem de cinema! Alguns dobradores queridos do público, mas que nunca antes tinham dado vozes a personagens de um filme de animação. E as vozes deles estão "escondidas" neste filme, distribuídas por personagens secundárias. E vale a pena reparar nisso: estas vozes passaram por programas tão relevantes para a nossa infância como A Carrinha Mágica, Medabots e até O Peixe Arco-íris.


Mas há ligação entre este desenho animado e este filme?
Há sim...


Eu aconselharia qualquer fã de dobragens portuguesas a ver ou rever o filme. Vá lá, revejam. Concentrem-se nas personagens secundárias. Ouçam as vozes delas. Estão a ouvir? É verdade, lá estão eles! Lá está o grande João Pinto, com a sua bela voz, a dar voz à personagem Notas. E lá está aquele homem cujo nome não conseguimos descobrir, mas que é "famoso" por ter dado voz a personagens importantes como o Sr. Asuka em A Ladra Meimi e o pai de George em O Pequeno George. Lá está ele a dar voz a um dos porcos-polícias! Que achado! Ah, mas não é tudo! Ainda temos o melhor exemplo: José Pedro Carvalho! Este dobrador teve direito à personagem secundária com mais destaque do filme. E, apesar de secundária, a personagem dele acaba por ser uma das mais marcantes não só do filme, mas também do mundo dos filmes de animação! Não posso especificar as razões para isso, porque isso implicaria revelar pormenores a mais e tiraria o gosto da surpresa a um argumento que está sempre a surpreender. Mas, garanto-vos, a personagem de José Pedro Carvalho é muito interessante. E ouvir a sua voz num filme também é gratificante.

Posto tudo isto, só me resta reforçar os convites que já fiz: vejam ou revejam este grande filme. E ouçam as vozes que é tão raro ouvir no cinema. Porque esta dobragem, meus amigos, não é só mais uma; merece uma atenção especial! Vejam, ouçam e sorriam!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Marcelino Pão e Vinho

Imagens/vídeos:





Informação: Este desenho animado educativo e bonito inspirou-se provavelmente no filme espanhol “Marcelino Pan y Vino”. O protagonista é uma criança que, diz o genérico, tem “magia e poder”. A verdade é que, mesmo que não fosse a magnífica pessoa que é, o Marcelino tem qualquer coisa de especial. Consegue falar com os animais, inclusive. O Marcelino é abandonado ainda bebé ao pé de um mosteiro. Os homens que lá vivem acolhem-no e dão-lhe o nome, pois o dia em que o encontraram é dia de São Marcelino. O rapaz cresce, torna-se uma criança pura e altruísta e lá vai vivendo as suas aventuras fora do comum com os seus amigos também fora do comum. Um deles é Candela, uma jovem bonita mas estranha. A Candela aparece de vez em quando vinda sabe-se lá de onde e pouco depois vai sabe-se lá para onde. Se não fosse a diferença de idades entre ela e Marcelino, dir-se-ia talvez que eram um casal, pois Candela tem por hábito beijar Marcelino (na bochecha, bem entendido…). Os outros amigos do Marcelino são muitos e incluem um fantasma, um rato e o capitão de um barco.

Alguns episódios
- O veado, o rei da floresta, está prestes a abandonar o seu posto e chama o Marcelino. Então, diz-lhe que ele tem de arranjar outro animal da floresta que a possa governar. O Marcelino sugere vários, mas o veado recusa as sugestões de Marcelino e sugere Ivan, o javali. O problema é que Ivan não está para aí virado, porque ele é agressivo e detesta toda a gente da floresta. O Marcelino tem então de enfrentar Ivan numa espécie de combate. No final do combate, Marcelino chega-se a ele e pergunta: “Ivan, porque és tão mau?”. Ivan, consumido pelo cansaço e pela raiva que o persegue há muitos anos, chora e responde: “Porque...ninguém gosta de mim.”. O Marcelino explica-lhe que todos podem gostar dele se ele não fizer tanto mal e Ivan, após chorar mais um pouco, resigna-se e toma o posto de rei da floresta, desta vez com boa vontade.

- Um balonista desconhecido pede um quarto aos homens do mosteiro (que, naturalmente, se tratam uns aos outros por “irmão”) para descansar e para se pôr mais apresentável. Quando um dos irmãos vai ver como está o balonista, apanha um susto ao descobrir que ele é ela; é uma mulher! Uma mulher chamada Sylvia Morris, que prefere que a tratem por Morris. Os irmãos discutem entre si, constrangidos, porque sempre foi proibido acolher mulheres no mosteiro. O Marcelino defende Morris e acaba por os convencer a deixá-la lá ficar por uns tempos.

- Certo dia, um homem que perdeu a memória é acolhido no mosteiro. Como ninguém sabe o nome dele, o Marcelino chama-lhe Quinta-feira! Porquê? Porque conheceram o homem numa quinta-feira! Algum tempo depois (acho que até foi noutro episódio, mas enfim...), o homem começa a lembrar-se e revela-lhes que se chama Mauro Fernández, mágico de profissão. Antes de ele partir, Marcelino pergunta-lhe se ele prefere que lhe chamem Mauro, Fernández ou Quinta-feira. Ele responde: “Gosto que tu me chames Quinta-Feira.”. É, este desenho animado era uma ternura...

Uma(s) voz(es): Ângela Marques; António Vaz Mendes; Raquel Rosmaninho; Raul Constante Pereira

Uma(s) personagem(ns): Candela; irmão Ding-Dong; irmão “Pap”; irmão Pássaro; irmão Provérbio; Ivan; Marcelino; Quinta-feira; Sylvia Morris

Genérico:
Já uma lenda previa
Que ia nascer
Uma criança diferente
Com magia e poder

Foi no velho mosteiro
Que alguém o abandonou
Nos degraus, ao frio e ao vento ficou

Seu nome é Marcelino
Pão e Vinho; é incrível...
Marcelino; um herói
Com alegria leva a vida

Seu nome é Marcelino
Pão e Vinho; corajoso...
Marcelino; com a ajuda
Dos amigos venceu

Na neve fria um herói nasceu


Interpretado por: ?