sábado, 15 de setembro de 2018

As crianças de agora não veem nada de jeito? Têm a certeza? (Parte 2)

Olá a todos. Hoje, seguimos com aquilo a que eu chamo a minha defesa das crianças de agora quando as acusam de não verem nada de jeito. A primeira parte desse texto está aqui, mas se bem se lembram, tínhamos deixado no ar esta dúvida: as pessoas que defendem essa ideia defendem-na por acharem que já não existem canais que dão atenção às crianças? Ou uma ideia semelhante?

Ora bem, se de facto há quem ache que as crianças já não veem nada de jeito por não existirem canais dedicados a elas, também não me parece que isso faça muito sentido. Mas primeiro pensemos no que leva alguém a pensar assim. Será que pensam que os canais mais clássicos (RTP, SIC e TVI?) já não lhes prestam atenção? É uma possibilidade. Afinal, para alguns, é possível que o simples facto de o Dragon Ball já não passar na SIC seja suficiente para afirmar isso. E, note-se, já vi uma pessoa usar um argumento para alegar que os canais já não queriam educar os mais novos que consistia no seguinte: (parafraseando) “A Rua Sésamo passava no horário em que atualmente passam os Morangos com Açúcar.”. Interessante. De facto, assim, parece que temos uma prova contundente. Mas…teremos? Tenho as minhas dúvidas.

Eu não presto porque não estou à procura de 7 bolas de cristal?
Repete, se tens coragem!

Antes de mais, duvido seriamente que no meu tempo (por exemplo) existissem mais canais com os kids in mind do que atualmente. É que no meu tempo, a televisão por cabo ainda era um pouco uma novidade. E por muito que seja um pouco injusto considerar a televisão por cabo como algo que toda a gente tem atualmente – é uma generalização abusiva que discrimina um pouco os cidadãos com menos recursos –, partamos do princípio que 4 em cada 5 crianças têm acesso à televisão por cabo (ou TDT, se a expressão se adequar) atualmente. Quem tem mais opções, as crianças de agora ou as de décadas anteriores? Suspeito que seja o primeiro grupo…senão vejamos: uma criança com acesso à atual panóplia de canais que os pacotes de canais oferecerem tem acesso a muitos dos seguintes canais com os kids in mind:
Baby First
Canal Panda
Cartoon Network
Disney Channel
Disney Junior
Nick Jr. Channel
Nickelodeon
Panda Biggs
Sic K
Super RTL
Tiji

Lista grandinha, não? E agora, pergunto eu, esta oferta toda algum dia se compara à oferta dos famosos 4 canais? Quer dizer, temos aqui uma lista como esta de canais que são literalmente feitos para uma audiência infantojuvenil. Que hipóteses têm os 4 canais, ainda para mais sabendo que esses também têm dezenas de programas para adultos? Alguns dos quais as crianças não podem ver, note-se…(refiro-me àqueles com a circunferência vermelha no cantinho). E, volto a frisar, no meu tempo não havia Panda Biggs. Nem Disney Junior…enfim, acho que se percebe que as crianças agora têm tendência a ter uma oferta incomparavelmente maior do que a que teriam há uns anos.

Há ainda outro pormenor/“pormaior” que importa sublinhar: o próprio Cartoon Network, que já existia quando a televisão por cabo ainda era uma novidade, estava longe de ser tão acessível às crianças como é agora. Porquê? Porque praticamente todos os desenhos animados que lá passavam estavam em inglês. Em inglês sem legendas! Era só as personagens a falar inglês sem qualquer tipo de auxílio para uma criança perceber o que se estava a dizer. Em contraste com o que acontece neste momento, em que praticamente tudo o que é programa que passa no CN aparece com uma caprichada dobragem portuguesa. Ah, pois é. Se gostam ou não da dobragem é outra história; podem sempre não gostar…ainda que tenham uma variedade considerável. Afinal, têm dobragens com equipas de dobradores mais modernas e têm outras com equipas de dobradores clássicas. A dobragem portuguesa que o CN usa d’O Laboratório do Dexter, por exemplo, é a mesma que eu ouvia quando era criança e os 4 canais passavam o nosso amigo Dexter (com vozes de Henrique Feist, Cristina Cavalinhos e outros).

- Ei, Dexter, não serás o Doofenschmirtz em pequeno?
- Estás a chamar-me anão de jardim? É por eu ser baixo?

Mas será que isto não chega para quem acha que as crianças de agora não veem nada de jeito? Será que, mesmo tendo tantos canais a pensar nos mais novos, têm de ser forçosamente os 4 canais a voltar a dedicar-se às crianças? Sei lá, com programas como Disney Kids, Batatoon e afins? Bom, aí tenho pouco a dizer; com efeito, que seja do meu conhecimento, esses programas não voltaram. Mas se a memória não me falha, nos anos 90 a RTP2 não tinha um Zig Zag a passar um número elevado de desenhos animados diferentes durante horas a fio.

Ou será que o, aham!, “problema” não são os 4 canais, mas sim a falta de programas específicos? Será que é a falta daqueles programas classicíssimos que cerca de 9 em cada 10 pessoa da minha geração está sempre a citar? É isso que falta? É que se é, eu pergunto genuinamente a quem pensar assim: fazem alguma ideia do quão esses desenhos animados têm andado a ser repostos? As reposições também contam, e nos últimos anos eu lembro-me (sem pensar muito) de terem sido repostos programas tão clássicos como Digimon – sim, o original! – e As Navegantes da Lua no Canal Panda e Dragon Ball na SIC Radical. E deve haver mais reposições assim, eu é que não estou a par de todas…mas como a nostalgia vende bem no geral, acho que é provável que haja pelo menos mais uma.

Uma crítica com poucas bases corre o risco
de se espalhar como um vírus mortal!

E nem me ponham a falar das outras formas que as crianças de agora têm para ver desenhos animados. É que o televisor é só uma hipótese; há mais hipóteses que, lá esta, não tinham sido inventadas nos anos 90. Estou a lembrar-me daquela piada recentemente proferida por José Diogo Quintela: “Ver televisão na televisão, que ideia tão parva!”…

Mas enfim, as minhas fórmulas para iniciar parágrafos estão a esgotar-se, por isso acho melhor a parte 2 ficar por aqui. Porém, este post é composto por 3 partes. Portanto, falta uma, pois…lá acabará por ser colocada. A próxima parte vai extravasar um pouco o mundo da televisão. Por isso não percam o próximo post…porque nós também não! XD

(continua na parte 3)

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Atualizações

Na verdade já fiz estas atualizações há uns dias, mas estava difícil conseguir que este post fosse finalmente o próximo item da minha lista de coisas para fazer (a to do list). Enfim...atualizações nos posts Nome Desconhecido (Lento Noca?) e Rua Sésamo (4ª série). A primeira é particularmente enriquecedora. :)

segunda-feira, 9 de julho de 2018

PAREM AS MÁQUINAS! André Maia fez mais uma dobragem em Portugal! (*o*)

Senti a necessidade de fazer mais um post para este blog que não lembra nenhum desenho animado esquecido. Talvez alguns fiquem desiludidos, mas garanto que a razão é mais que nobre. Acontece que uma pessoa que, por acaso, é para mim o melhor dobrador português de sempre e possivelmente um dos melhores do mundo - sim, capaz de competir com as centenas de vozes e dicções extraordinárias entre os 200 e tal países do mundo - voltou a dar voz a uma personagem numa dobragem portuguesa. Cantemos com alegria, porque mesmo que momentaneamente, Portugal recuperou a voz de André Maia! E justamente na dobragem do recente The Incredibles 2: Os Super-Heróis!

The Incredibles 2: O Regresso de André Maia!

Uma vez que há sempre quem não reconheça estes nomes...o que é natural, porque os dobradores raramente fazem parte do star system...informo que é muito provável que conheçam a sua voz mas não saibam. A forma mais fácil de o reconhecerem é esta: é o Timon. Isso mesmo, a energética suricata de O Rei Leão e uma das mais memoráveis personagens do cinema de animação. André Maia deu voz ao Timon nos 3 filmes de Simba e na longa série de TV Timon e Pumba. E embora esta voz épica já deva chegar para vos fazer adorar um dobrador tão precioso, isto é só a ponta do iceberg! Entre os fantásticos papéis que André Maia desempenhou, encontram-se também personagens icónicas como o Xavier de O Jardim da Celeste, o Senhor do Mal Risadas o Porco Pateta e a estilista Edna Moda - é justamente este papel que André Maia vem continuar em Portugal. Ah, e...para quem vir poucos filmes de animação e preferir novelas ou algo assim, André Maia foi também o Rick no programa Floribella. Aquele excêntrico organizador de eventos/casamentos que tinha chiliques de vez em quando. Pois é, essa foi uma das poucas vezes que tivemos o privilégio de ver o Sr. Maia na televisão em horário nobre.

A confirmação oficial pelo Youtuber "Sem Bilhete".
Só não levem o nome à letra se forem ao cinema!

É também interessante notar que esta notícia não deixa de ser um grande furo por várias razões. Uma das razões é que André Maia não tinha voltado para a personagem Pêssego de À Procura de Dory. Mas a razão mais relevante é mesmo que o Sr. Maia tinha deixado as dobragens portuguesas um pouco para segundo plano devido ao seu trabalho na Grécia. Portanto, é aproveitar para ouvir esta icónica voz numa dobragem portuguesa enquanto o seu "portador" não volta para os lados do Mar Egeu.
Por isso, corram para ir comprar um bilhete para The Incredibles 2: Os Super-Heróis enquanto o filme ainda está no cinema! Não há tempo a perder, os filmes saem de cartaz quando a gente nem dá por ela! E se tiverem sorte, acontece-vos o mesmo que eu e, na vossa ida anual ao cinema (hehe...), apanham um belo público que aplaude o filme quando ele acaba! Coisa raríssima no nosso país.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Super Stories

Imagens/vídeos:




Informação: Ah, as Super Stories! Aquele programa com aquele genérico! Aquele semi-mistério da televisão...
Posso dizer-vos que este vai ser dos posts mais fáceis que já fiz aqui no blog, porque com o perdão da expressão, ninguém sabe nada sobre este programa. Com isto, quero dizer duas coisas: primeiro, eu próprio não me lembro de rigorosamente nenhum episódio(!), só o coloquei aqui no blog por causa do genérico (que adoro e do qual me lembro bem); segundo, que a própria Dona Internet não parece saber sequer que as Super Stories passaram na TV! E se acham que estou a exagerar devido a não ter encontrado nenhuma página a falar do programa, ficam a saber: o IMDB não tem registo de que as Super Stories existiram! Não, não leram mal! E se, à semelhança de mim, sabem 1 ou 2 coisas sobre a cultura pop, então sabem como é; quando até o IMDB, o poderoso e completíssimo IMDB não diz que um programa existiu, então estamos perante um caso fulminante de Síndrome de Desenho Animado Esquecido!

É só juntar estas duas circunstâncias para perceber que este post é fácil porque eu não tenho muito para contar das Super Stories. Só sei que gostava imenso do genérico e que não ligava ao resto (ou não via, sei lá...). A maior curiosidade que posso contar é que foi um dos poucos programas para infantes que passou em inglês, sem ser dobrado! Nós só tínhamos as legendas para nos ajudar a perceber o que as personagens diziam. Imagino que muitas crianças dos anos 90 não ligassem a este programa porque ler legendas com aquela idade não era assim tão fácil...de resto, posso dizer que aparentemente as tais histórias que eram contadas eram mostradas em 2D, apesar de as personagens principais serem marionetas, além de que a minha personagem favorita era o Albert, por ser um cão daqueles peludos com pêlo à frente dos olhos (como o Bóbi de O Cantinho da Bebé), assim como por o Albert, ao cantar, mostrar uma bela voz de barítono ou baixo.


Alguns episódios
- Pois, já sabem que não me lembro de nenhum episódio. O tal genérico é que era um mimo, que notas agradáveis!


Uma(s) voz(es): ?

Uma(s) personagem(ns): Albert; Cyrus; Ginger; Lulu; Randall; Wanda

Genérico:
Come join our show, our super stories
Pull up a chair, forget all your worries
Super stories are real hard to top
Once you start to watch them you will never stop

Lulu! - We’re your home, each time we will greet you
Ginger! - I want to add that we are pleased to meet you
Albert! - I hope you all will do and do enjoy us
Super Stories; it doesn’t matter if you’re girls or boy-z
Wanda! - Scary stories give me satisfaction
Cyrus! - I like stories that are full of action
Randall! - I like stories that are fast and funny
Super Stories; we all like stories (qualquer coisa) sunny 

Come join our show, our super stories
Pull up a chair, forget all your worries
Super stories are so great to see
With your storyteller family!


Interpretado por: Vários

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Especial: As crianças de agora não veem nada de jeito? Têm a certeza? (Parte 1)

Boa noite a todos.


Hoje gostava de expressar a minha opinião sobre um assunto mais delicado do que praticamente todos os assuntos de que já falámos neste blog. Este post, portanto, vai ter um tom mais sério e, portanto, vai ser menos lúdico. Não dramatizemos, mas posso dizer sem muita margem para errar que este post poderá mexer com alguns sentimentos (não vou dizer "ofender"; essa palavra tem sido tão usada que já temos de procurar a garantia para provar ao vendedor que só a comprámos há pouco tempo...XD), seja para o bem ou para o mal. O que é natural, porque é um post que anda um pouco no terreno da nostalgia, e esse sentimento tem muita força em nós. Como quem diz, temos muito carinho por aquilo que nos dá nostalgia. E falar sobre pessoas/coisas pelas quais se tem muito carinho é como andar na corda bamba sem rede: pode correr tudo bem, mas um pequeno erro e é uma desgraça. Note-se que não vou falar de nenhum tema tão sensível como os direitos do ser humano ou se se deve exercer o direito de voto ou não. Não, vou só defender uma modesta opinião que tenho. Atenção que não pretendo fazer uma tese de mestrado nem almejo que este post seja uma resposta definitiva a uma questão em que é difícil concordar! Como dei a entender (espero), queria simplesmente expressar e defender uma opinião que tenho, que consiste no seguinte:

É escusado ter pena das crianças de agora por não terem programas bons para ver.

Exatamente; é esta teoria que gostava de defender aqui. Notem que não vou exatamente tentar definir "as crianças de agora"; vou simplesmente contar com os últimos 7-8 anos como sendo o "agora". Afinal, foi algures por essas alturas que começou a década de 2010. Além disso, já ouço (e leio) a tal crítica de que as crianças de agora não veem nada de jeito há anos. Portanto, o que está escrito neste post também se aplica a esses anos, não necessariamente só a 2018.


Abusive generalization is abusive. DING!

Há umas quantas razões pelas quais eu acho que não faz grande sentido ter pena das crianças de agora por não verem nada de jeito. Uma (e a mais importante) é que "ter pena" de crianças por não terem grandes desenhos animados para ver parece uma reação excessiva. A pena, acho eu, deve guardar-se para situações muito mais graves, relacionadas com a saúde, com a família, com o mundo que rodeia as crianças. Os programas que podem ver? Não me parece que deva ser motivador de "pena". Outra razão é que ter pena pelos programas que as crianças veem agora deixa implícito um insulto. Um insulto aos programas de agora, sim. Lembram-se quando se disse que Portugal só ganhou o Euro porque jogou contra equipas fracas exceto na final? Esse debate/discussão deu pano para mangas, mas não ouvi quase ninguém a apontar algo que, a meu ver, era bastante visível: dizer isto é uma ofensa, por exemplo, à Croácia que jogou tão bem e ganhou à forte Espanha. E uma ofensa ao País de Gales, que teve um dos melhores ataques da prova...aliás, desconfio que um croata ou galês que ouvisse essa declaração ficaria no mínimo, desagradado. Do género..."É só isso que eu valho para vocês? É assim que vocês me tratam?  Uma equipa fraca?". E isso dói sempre um bocadinho. Aqui é igual. Ter pena das crianças de agora pelos programas que veem é ofensivo para os programas de agora. Não literalmente, porque os programas até ver não têm sentimentos, mas metaforicamente. E...antes de se usar este argumento, eu acharia bem que se pensasse: o que eu quero é elogiar os programas antigos ou insultar os novos? É que as duas coisas são diferentes e uma coisa não exige a outra...

Mas posto isto, pensemos um pouco naquilo que as crianças de agora podem ver na televisão. Muita coisa, certamente, tal como nos anos 90 (nos 60-70 imagino que não porque havia um tempo em que só havia um canal). Mas, por exemplo, as crianças de agora puderam/podem ver...Phineas e Ferb! E havia algum Phineas e Ferb antigamente? Não! Phineas e Ferb é um programa único, um como não há! Já chamei genial a esse programa, e repito. São muito poucos os programas para crianças com o humor de qualidade que tem Phineas e Ferb. Este programa põe adultos a rir alto e com gosto. Incluindo eu, pois. Eu chegava a dar uma olhada aos episódios dos meios-irmãos quando tinha tempo livre - esse é o nível de qualidade que ele tem! Um adulto de barba rija era por vezes capaz de preferir o fantástico humor nonsense de Phineas e Ferb a qualquer outro programa para se divertir um pouco! Pois é; o último programa que me lembro de ter um humor nonsense tão bom, que me lembre de dezenas piadas depois de anos era Dave, o Bárbaro. E, ainda assim, acho Phineas e Ferb melhor. Dave, o Bárbaro tinha um humor fantástico, mas os seus enredos não tinham a força e criatividade de programas como Recreio, House of Mouse e, claro, o do cabeça de triângulo. E, contudo, diz-se que as crianças agora não veem nada de jeito. Bom, se as piadas de Phineas e Ferb não têm jeito, não sei quais têm.


Não são demasiado novos para falar como velhos do Restelo?

Mas nem é preciso ficar pela minha opinião; há um desenho animado que não acompanhei propriamente, embora tenha visto algumas partes de uns episódios e tenha achado bem interessante. Refiro-me a Code Lyoko. Para quem não conhece - porque imagino que muita gente que teça esta crítica à atual programação matinal para crianças não conheça muitos dos programas favoritos destas, inclusive no sentido de nunca se ter sentado a vê-los - é um programa de origem francesa que começou por passar em Portugal com vozes inglesas e legendas em português. Ao que parece, Code Lyoko foi emitido duas vezes no século XXI, primeiro em 2007 e depois em 2010. O interessante é que já ouvi crianças/jovens a dizer que este desenho animado teve tanta aprovação pelo petizes portugueses que levou a que se fizesse uma dobragem portuguesa para a nova emissão.  A ser verdade, isso já diz qualquer coisa sobre o quanto Code Lyoko marcou a juventude de agora (seja lá o que isso for). O meu primo, pelo menos, adora-o, e ele por pequeno que seja, tem mais experiência em perceber que desenhos animados agradam a si e às crianças dos seus círculos. Além disso, não são todos os programas infantis que têm cenas em 2D mais ou menos intercaladas com cenas em 3D.


Code Lyoko nunca estará parado / Code Lyoko, quando lhe chamam falhado
Code Lyoko, lutamos até não sobrar nada / Code Lyoko, da crítica mal informada!

Mas suponhamos que as pessoas que dizem que as crianças de agora não veem nada de jeito até nem gostam de programas com humor nonsense como o de Phineas e Ferb ou de divertidas batalhas épicas como as de Code Lyoko. Talvez gostem de desenhos animados que apostem tudo na simplicidade e/ou na simpatia. Muito bem, então; em tempos, para simplicidade com simpatia, existiam os Teletubbies ou os Tweenies (estes últimos não tão simples, mas pronto). Porque não ter em conta que as crianças de agora podem/puderam ver Lunar Jim? Pois é; o astronauta em questão permite a muitos ver um desenho animado que conjuga a simpatia notável das suas imagens à la Bob, o Construtor com a simplicidade das "aventuras" que mostra. Porque...o que é que fazia o Jim e os seus amigos? Lutavam até à morte contra vilões, como faziam As Navegantes da Lua? Enfrentavam problemas de elevada complexidade típicos de programas com máquinas, como faziam os Ciber-Heróis? Não! Eles simplesmente iam explorando o espaço exterior, o que dava ao programa uma natureza parcialmente contemplativa (do género: vejam, meninos, olhem que coisa gira que eles encontraram neste planeta!), e iam resolvendo problemas de forma relativamente simples. Não era o tipo de programa que fizesse as crianças pensar demais, retirando o relaxamento da equação; era mais de deixá-las ver o que se passava, achar bonito e transmitir alegria.


Para o infinito e mais...oh, desculpem, programa errado!

Ou será que humor, batalhas e contemplação não chegam? Será que as crianças não têm agora desenhos animados fora da caixa, que desafiem e que até sejam um bocadinho iconoclastas? Se alguém acha que não têm, digo-vos 2 nomes. Primeiro: As Aventuras Assustadoras de Billy e Mandy! Segundo: Regular Show! É difícil combater este nomes, hem? ;)


Aquele momento em que uma humana 
mete mais medo que a Dona Morte em pessoa...

E que outros programas infantis poderiam ser considerados bons? Bem, tal como os outros que mencionei neste post, ser bom ou não ser bom é relativo. Mas, assim de cabeça, lembro-me de uns quantos...Porto Papel, por exemplo, parte de uma ideia muito curiosa que dá azo a vários episódios interessante. Não Fui Eu, apesar de ser uma série do Disney Channel (rótulo que não agrada a todos), tem momentos de humor bastante bons. Mermaid Melody, mesmo não sendo um anime de eleição para o horário nobre (o que é normal, tendo em conta a sua temática do amor e a parcial nudez das sereias), tem uma das dobragens com melhor trabalho de ator que eu me lembro de ver na vida. Como podem ver os exemplos são vários e, acima de tudo, são variados. Diferentes uns dos outros. Tanto quem gosta mais de Dragon Ball como quem gosta mais de Puzzle Park pode encontrar pelo menos um programa semelhante que as crianças de agora puderam/podem ver. Portanto, voltemos à opinião de que as crianças de agora não veem nada de jeito. Se assim fosse, qual seria a razão para estas não verem nada de jeito? Seria a questão de não existirem programas bons para ver? Bom, tendo em conta tudo o que escrevi na parte 1 deste post, parece que não. Os programas bons para as crianças verem estão aí, existem, portanto não é por aí. Então, qual seria a razão? Será que quem acha que as crianças de agora não veem nada de jeito simplesmente acha que as crianças têm agora pouca escolha no que toca a canais com desenhos animados? Será que acham que o Disney Channel só faz porcaria (já ouvi isso) e por isso não conta e/ou que a SIC, TVI ou RTP já não passam tantos desenhos animados de manhã para um público mais novo?

Sim? Não? Talvez, não sei, até porque não partilho desta linha de pensamento.

Agora que penso nisso, o facto de se colocarem estas perguntas só reflete a falta de argumentos frequente nos comentários a dizer que as crianças não veem nada de jeito...é que raramente defendem a sua opinião (dir-se-ia que estão mais interessados em criticar em público do que em comunicar com quem quer que seja).

Mas adiante; se o raciocínio acima sublinhado for realmente o raciocínio das pessoas que tecem estes comentários, posso dizer que também tenho razões para crer que ele tem muito de questionável...

(continua na parte 2)

domingo, 25 de março de 2018

Nome Desconhecido (Ralph, o Gato?)

Imagens/vídeos:




Informação: Cá está mais um dos vários desenhos animados cuja estrela da companhia é um gato. Compreende-se que os gatos são animais a que se recorre muito para chamar a atenção das crianças, não é? E embora este desenho animado não tenha um gato tão divertido como Taco, o Texugato ou Doremon (este era metade robô), também tinha a sua graça. Ora bem, o nome deste gato vermelho era Ralph e, em vez de ser um amigo mágico como o Taco, era só uma peste. Ralph vivia na casa de uma família como se fosse parte da família, como se fosse irmão da Ana (a filha do casal, que era a melhor amiga de Ralph). Não me lembro se o tinham adotado na rua, mas se era esse o caso eu espero que o tivessem adotado há muito tempo, quando ele ainda era pequeno...porque Ralph era muito difícil de aturar! Lembrava um bocadinho o Calvin, acho eu. Por outro lado, não era assim tão estranho Ralph ser um membro da família, pois no universo deste desenho animado, os animais falantes faziam mesmo parte da sociedade. Um bom exemplo é o cão rival de Ralph, que a Ana e a sua família também conheciam. E enfim, o desenho animado era um pouco isto: um gato que vive com uma família e tem aventuras...aventurazinhas, vá. Os episódios específicos ajudam a entender melhor o que era Ralph. Adianta também salientar que este programa, cujo nome original parece ser "Rotten Ralph", era feito não em 2D ou 3D, mas numa espécie de stop-motion relativamente simples (o que quer dizer que não parecia particularmente trabalhado).

Alguns episódios
- No primeiro episódio que vi deste programa, Ralph estava à mesa com a família e não queria comer o que tinha no prato. O conteúdo do prato não foi mencionado, mas do que eu pude ver parecia mesmo esparguete com almôndegas. Eu na altura não percebi a ideia de Ralph, porque para mim esparguete e almôndegas era (e é) uma delícia, por isso não percebi porque é que ele não gostava da comida. Mas talvez ele tivesse visto alguma especiaria horrível cair na comida mais cedo, não sei...bem, o pai não queria deixar Ralph sair da mesa sem comer, por isso Ralph começou a esconder a comida sempre que tinha oportunidade. Numa das vezes escondeu comida dentro do bolso da roupa do pai. E foi isso que acabou por o trair, porque no final o pai foi buscar dinheiro para Ralph comprar um gelado...e encontrou a comida lá! Apanhado!

- A avó da família com quem Ralph vive vinha visitá-los. O pai descobriu que Ralph não sabia receber a avó e decidiu praticar com ele, fingindo que é a avó enquanto Ralph tentava recebê-la bem. Só que o gato, com a sua falta de tato, só conseguia dizer coisas parvas. O melhor que conseguiu foi um daqueles elogios que acaba por ter uma parte desagradável, como "Você tem bom aspeto para uma velhota!". Depois de muito tentarem, o pai fartou-se e, talvez para fazer Ralph ter realmente cuidado com o que diz, tentou assustá-lo em relação à avó. Disse que ela era assustadora, terrível, "ela é um dinossauro!". E enquanto o pai gritava isto a Ralph ao pé da porta, eis que chegou...a avó! Ah, a clássica situação cómica do está-mesmo-atrás-de-mim-não-está? que o filme Capuchinho Vermelho - A Verdadeira História levou ao máximo da metalinguagem...

- Ralph e o cão seu rival fizeram uma aposta que consistia no seguinte: quem ganhasse um jogo de futebol tornava-se criado do outro por um dia. Como o cão ganhou o direito de escolher primeiro alguém para a equipa, escolheu a Ana! O que não agradou nada a Ralph, que queria jogar com a sua "irmã". Enfim, Ralph escolheu a Berta e cada um foi escolhendo um de cada vez até Ralph ficar com quem não queria ficar: um gato seu «amigo» (ênfase nas aspas) que adorava Ralph mas que era tolo e trapalhão. Quando Ralph viu o que o jogo estava a correr mal, decidiu fazer batota: arranjou uma bola extra, chutou a original para longe e, enquanto os outros corriam atrás desta, Ralph sacou da bola extra e começou a jogar com ela. E os outros caíram nessa. A coisa desenvolveu-se e, num final intenso, foi o trapalhão «amigo» de Ralph que marcou o golo da vitória à tangente! Qual Raban nalguns jogos da equipa As Feras (coleção alemã de livros sobre futebol)! Mas pouco depois de o jogo acabar, o árbitro descobriu a bola original, acusou Ralph de ter feito batota e concedeu a vitória à equipa do cão! E Ralph lá teve de ser criado dele por um dia.

Uma(s) voz(es): João Cardoso; Jorge Mota; Rui Oliveira; Sissa Afonso; Zélia Santos

Uma(s) personagem(ns): Ana; Berta; o cão; mãe da Ana; pai da Ana; Ralph

Genérico: Desconhecido

domingo, 11 de março de 2018

Yamazaki plagiou Go West? (provavelmente não, mas...)

Ora viva.

Agora que, para o bem e para o mal, o plágio se tornou uma espécie de assunto recorrente na vox populi, gostaria de partilhar com quem estiver interessado uma sensação que me deu há uns meses (ou serão anos?), quando conheci a música Go West. Ou, pelo menos, a versão que os Pet Shop Boys fizeram desta música. A sensação em questão é a de que o genérico de Yamazaki soa bastante como a referida música! Para tentar demonstrar, fiz algo semelhante a uma montagem.


Por favor, notem que este post não pretende alimentar nenhuma discussão violenta acerca do fenómeno que é o plágio; simplesmente achei este pormenor curioso, pensei que seria divertido fazer uma montagem amadora e, naturalmente, ao ler um número considerável de cabeçalhos a falar sobre plágio, lembrei-me que já queria fazer esse post há um tempo. Sabem como é...as notícias e a sua Agenda-Setting Function. Não pretendo troçar de ninguém, sejam os que "atacam" os plagiadores ou os que os "defendem". O plágio, como a ação muito questionável que costuma ser, pode ser um assunto bastante sério e eu não pretendo tirar-lhe importância. Aconselho, contudo, pessoas que não sejam especialistas no assunto (como eu), a ler esta fonte e esta fonte como parte da sua reflexão sobre o que é plágio com dolo e o que não é. Não para tirarem uma conclusão em específico, mas sim para terem conhecimento de fatores que têm uma palavra a dizer no que toca a identificar plágio com dolo.

Posto isto, aqui está o que fiz. Digam lá, há semelhanças nas músicas ou não vos parece?


Não estou verdadeiramente convencido que os criadores deste anime tenham plagiado a música Go West. Nem tenho sequer conhecimentos de música para fazer algo como uma denúncia. Mas acho que é justo dizer que a semelhança é interessante...

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Atualizações

Atualizações nos posts Azuki e Rua Sésamo (4ª série). Das boas, como de costume. ;)

É incrível como mesmo tantos anos depois ainda se consegue encontrar preciosidades como vídeos de dobragens portuguesas esquecidas e/ou nomes de dobradores...